domingo, 26 de junho de 2016

TCC - Um grande mistério ( BICHO DE SETE CABEÇAS)

De todos os mistérios aqui postados,hoje resolvi falar sobre um muito pessoal, que foi a criação do meu TCC e consequentemente a sua apresentação.

Me referi ao TCC como mistério porque para mim parecia um "bicho de sete cabeças". ha,ha,ha...

Hoje 06 de julho de 2016 faz um ano que apresentei meu Trabalho de conclusão de Curso de Licenciatura em História. A caminhada foi longa até aqui. Teve inicio em 2009 quando iniciei minha vida acadêmica. Em 2014 encontrei um tema que me fascinou muito, mas a decepção veio logo em seguida com a constatação de que não haviam fontes confiáveis para a execução do trabalho.

Já tinha planejado  desde o primeiro semestre que o tema seria sobre as crianças na guerra do Paraguai. Não conseguia visualizar outro tema e estava entusiasmada para começar logo a mexer nele. Após conversar com meu orientador cheguei a conclusão de que deveria buscar com urgência outro tema.

Por sugestão dele (meu orientador) optamos em trabalhar com o tema "Escravidão"(Uma área ampla) o qual meu orientador tinha bastante conhecimento.

Nesse momento me lembrei que em 2012 havia trabalhado com estagiaria no Arquivo histórico do Tribunal de Justiça do RS, localizado em Porto Alegre e que lá haviam muitos processos antigos da época da Escravidão. Então correndo contra o tempo com a ajuda do meu orientador, outra luz no final do túnel se apresenta com outro tema tão empolgante quanto o outro.

Um trabalho de formiguinha se inicia desde então com a  consulta de materiais do acervo histórico do tribunal de justiça do RS em busca de fontes primarias para embasar o TCC.
Imediatamente então iniciei a pesquisa para encontrar o recorte do assunto sugerido. foram três meses de pesquisa e mais três meses para concluir o trabalho escrito.

Finalmente começo a escrever o texto. As seis primeiras páginas foram um desespero. Como dar inicio ao texto?
Passavam os dias e nem fazia ideia de como começar...nem uma linha. Não conseguia me concentrar, até que decidi um dia sentar e me focar. Virei a noite sem dormir e também muitas xícaras de café preto para me manter acordada. Em doze horas conclui as seis primeiras páginas solicitadas pelo orientador dentro do prazo.
a partir daí o texto foi se concretizando e se desenhando com mais facilidade. A grande dificuldade ficou por conta das correções ortográficas e gramática bem como as normas da ABNT, mas em nenhum momento cogitei a ideia de pagar alguém para formatar meu trabalho.

Quando o texto estava quase pronto, o orientador sugeri acrescentar algumas tabelas ao trabalho... ai, e agora? Tudo era muito novo, mas não tive grandes dificuldades. Recebi o trabalho com algumas revisões, alguns rabiscos, em vermelho, mas para minha surpresa também muito elogios.

Assim a cada dia me motivava mais e desenvolvia melhor minhas ideias. Ultrapassei muito desafios nessa fase, todos sem muita pressão, pois me antecipava para entregar os rascunhos dentro dos prazos estabelecidos. A pressão maior foi o tempo mesmo que parecia curto e você tem a vaga impressão que não vai dar tempo de terminar.

Faltavam poucos dias para a entrega quando seu coordenador do curso lhe manda um e-mail dizendo que você precisa fazer junto com o trabalho um projeto para sala de aula. Afinal eu estava fazendo licenciatura e meu TCC era voltado para pesquisa. Então da noite para o dia tive de correr para terminar o  tal do projeto mais a montagem do power point.

Finalizado isso, a parte mais difícil era a presentação.
 - Nossa! Esse desafio era o maior de todos, muito estressante.
 - Gente! nunca tremi tanto,suei frio...
 - Medo! mesmo assim ensaiei algumas vezes na manhã do dia da apresentação.

Fiz uma apresentação prévia para o orientador da mesma maneira que ensaiei...
Ele me olhou e disse:
 -  Maria, Tá ótimo tua apresentação e dentro do prazo de 15 minutos estipulados, mas...
 - Mas eu quero te ver apresentando de outro jeito.
Aí eu desabei...
Meu coração queria sair pela boca.
Como que eu vou apresentar esse trabalho, pensei.
Acreditem, Ele me mostrou a forma que ele queria me ver apresentando. Uma maneira mais dinâmica e cheia de entusiasmo que eu fiquei de boca aberta.
Aham! Será que consigo? Foi a pergunta que fiz.

Voltei para casa, pois a apresentação seria somente a noite e voltei a ensaiar novamente mais uma ou duas vezes.

Finalmente chegou o dia e a hora tão esperada, agora era tudo ou nada, a sorte estava lançada.
Os trabalhos iniciaram as 18 horas e três colegas apresentaram antes de mim.. Nesse momento não vejo nada, não ouço nada.
Quando chamam meu nome, vou até a frente da banca anestesiada, estava tão nervosa e nem percebi
que meu orientador colocou um copo d'água na minha frente. Foram os 13 minutos mais longos da minha vida.

Mas enfim acabou dando tudo certo como eu esperava e com uma honrosa nota DEZ.



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